Sunday 10 February 2008

Masterpiece #1: "Clockwork Orange"

É impossível pronunciar e até mesmo proferir os termos conformismo e autonomia e deixar escapar tal obra-prima. A contemporaneidade do tema é incrivelmente fantástica, chegando mesmo a ser monstruosa.

Não estivesse Stanley Kubrick já enterrado e eu viveria para vê-lo receber um Óscar por esta adaptação cinematográfica do livro “Laranja Mecânica” de Anthony Burgess. É estupenda a forma como o realizou e como, ainda hoje, tão bem se adapta à mesquinhez desta sociedade aparatosa!

Não se pode deixar passar tais evidências tão bem visíveis no ecrã – conformismo, corrupção, violentas erupções de escárnio, maldizer e até mesmo físicas.

Como se pode ver no filme, tudo isto está muito bem representado e interpretado pela personagem de Alex, e uma das coisas que mais me fascina é o facto de até certos erros serem propositados, elevando assim o filme a um nível ainda mais alto.

Só queria deixar bem claro que este filme teve o impacto que teve por merecê-lo e por se adequar tão bem no tempo em que foi lançado – e quero eu dizer com adequar o facto de ter sido tão inconveniente para certas entidades. Embora ache o ser humano uma criatura esplêndida e admirável, mesmo sendo um autêntico animal – e dos piores que por aí andam soltos -, continua a ser mesquinho e a não ser capaz de ultrapassar certas e determinadas “cavernices”. Incluam-se em cavernices tanto as atitudes da “idade das cavernas”, como as que surgiram, ou possam vir a surgir, e mesmo assim continuam, quanto a mim, ultrapassadas pelo bom-senso. Ah! E para que não hajam mais desentendimentos, não entendo por bom-senso as atitudes dos “bons da fita”, pois não creio que seja com a “política dos coitadinhos” que se governa um país, mas sim as correctas, justas e coerentes.



Em suma, o “Laranja Mecânica” é, como eu gosto de o apelidar, uma fabulosa sátira intemporal que só continuará a sê-lo se nós quisermos… e se nós queremos, nós podemos! O desejo e o prazer reinarão eternamente!



10/10

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